Sobre o trabalho com os extremos
O artista que entender os extremos também compreenderá o que está entre esses extremos, já o contrário não é necessariamente verdadeiro.
Cheguei nessa frase a partir da análise de uma aula do Hugo em que ele trabalhava os andamentos rapidíssimo e pausa alternando bruscamente entre eles. Também trabalha a câmera lenta bastante. Se pensarmos nesses três andamentos temos as propostas mais distantes possíveis do andamento cotidiano.
Percebo que isso é uma estratégia pedagógica intencional para o domínio do movimento. Para todos os parâmetros do movimento também temos uma gradação entre as possibilidades extremas. Dominar um parâmetro do movimento passa não apenas por dominar os extremos, mas também descobrir primeiro quais são os extremos que o meu corpo consegue chegar. Se não conhecemos os extremos como saberemos o que é o nosso meio? Muitas vezes o artista pensa que está no extremo, mas, em realidade, a inércia do seu corpo o está impedindo de alcançar um lugar ainda mais extremo. Por exemplo, normalmente, se nos forçarmos, conseguimos ir mais rápido do que achamos que conseguimos.
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