Heurística e o processo de pesquisa em artes cênicas

     Me parece que a metodologia de pesquisa baseada na prática - abordagem atualmente mais adequada para a minha pesquisa - se vale de procedimentos heurísticos não apenas para a criação de dados quanto para a sua interpretação. De certa maneira, todo o campo das artes tende a uma abordagem mais heurística, afinal a aplicabilidade de metodologias puramente lógicas para a resolução de problemas de pesquisas nesta área é questionável. A subjetividade exerce um peso sobre a nossa metodologia que nos impele a tomar decisões de maneira mais intuitiva e, aparentemente, menos lógicas. Em realidade, não se trata da pesquisa em artes não ter lógica, mas sim de que, como se trata da análise de fenômenos cuja ontologia é diferente do mundo cotidiano, também as regras lógicas deste mundo criado partirão de fundamentos e paradigmas diferentes.

    Em outras palavras, se aceitarmos a função ontológica do teatro - como descrito por DUBATTI em O Teatro dos Mortos - adentramos num mundo poético em que não apenas as relações metafísicas dos corpos são diferentes do mundo cotidiano, como também as relações físicas destes corpos também o são e, portanto, também as lógicas que regem esses corpos irão divergir da percepção cotidiana. Obviamente não estou advogando que o corpo de um ator interpretando um deus, por exemplo, terá poderes sobrenaturais, mas sim 

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