As 7 funções da performance - Que resultados eu gostaria de obter no laboratório
“Juntando ideias obtidas de diversas fontes, encontrei 7 funções para a performance:
entreter;
fazer alguma coisa que é bela;
marcar ou mudar a identidade;
fazer ou estimular uma comunidade;
curar;
ensinar; persuadir ou convencer;
lidar com o sagrado e com o demoníaco.,”
(SCHECHNER, SCHECHNER R., O que é Performance in O Percevejo, trad. Dandara , RJ, UNIRIO, ano 11, número 12, 2003. p. 12)
Richard Schechner, elenca essas 7 funções da performance em seu O que é Performance. Com experimento laboratorial eu gostaria de propor a criação de um espaço que possibilite articular todas essas 7 funções ainda que em um universo poético, isto é, quando se trata, por exemplo, do item 7 o sagrado e o demoníaco não precisam estar necessariamente ligados a uma religião ou espiritualidade específica. Ao invés disso, proponho que façamos um experimento de sacralização do próprio rito de nos encontrarmos para experimentar. Podemos realizar ações ritualísticas/performáticas específicas para nos ajudar a entrar nessa atmosfera poética como acender incensos ou estabelecer regras como tirar os sapatos, etc. Ou então podemos apenas nos embriagar na poiesis de se criar um espaço sagrado. Nesse espaço-tempo podemos lidar com quaisquer energias, entidades, incorporações, que desejarmos, contanto que levemos a verdade da performance como um dos paradigmas da nossa criação.
Essa abordagem tem como objetivo criar um espirito de comunidade entre os participantes de maneira a nos aproximar das abordagens de manifestações culturais tradicionais africanas como descritas por Kofi Agawu em seu artigo:
“In many traditional African societies, practically every domain of performance is conditioned by a desire on the part of participants to join rather than divide, to bring together rather than set apart, to unify rather than splinter—in short, a communal ethos. Ritual, narrative, dance, singing and the beating of drums and other instruments are typically motivated by an awareness of a primal togetherness, by the (imagined) presence of others, by a sense that the meaningfulness of an activity depends ultimately on the constraints imposed by its participatory framework. ‘I am because I belong with others’ is a fundamental belief that is affirmed frequently and in a variety of guises. The communal ethos does not deny individual agency; rather, it provides a forum for the performance of individuality through the enabling but also critical mechanisms of social interaction” (p.1)
AGAWU, Kofi. The communal ethos in African performance: ritual, narrative and music among the northern ewe. Trans. Revista Transcultural de Música, 11, p.1-10, 2007.
Essa abordagem terá como objetivo estimular a densificação dos corpos poéticos que serão criados neste ambiente enfatizando a função ontológica do teatro de se criar mundos novos (DUBATTI).
Comentários
Postar um comentário