Encontro do dia 10 de Dezembro de 2024 (TEAC Huguianas)

  Aquecimento: Em roda soltamos as articulações individualmente. Em seguida fizemos um exercício em dupla de ocupação do espaço um do outro. A ideia foi similar à ginga da capoeira no sentido da ocupação do espaço, mas de uma forma colaborativa. Aqui também o movimento espiralado auxilia na integração dos dois corpos.


Integração como conceito fundamental da pesquisa em coro (diversos tipos de coro)

Me pergunto se a integração não é um foco da minha pesquisa num sentido mais amplo. Inicialmente eu estive pensando em como integrar diferentes habilidades artísticas à prática do ator, mas agora me pergunto se não se trata de integrar de maneira geral diversos aspectos da performance. Por exemplo: integração das partes do corpo do ator no sentido de mover tudo ao mesmo tempo organicamente ou então maneiras de integrar dois corpos ou então três corpos e seguir nesse movimento integral até chegar ao coro que se move todos juntos. Num certo sentido estou sempre trabalhando o coro: o coro de diversos indivíduos, mas também o coro das partes que compõem esse indivíduo que no fundo se resume ao seu corpo. Também poderia pensar no coro das faculdades artísticas desse indivíduo, isto é, se o ator toca, canta, dança, interpreta e faz acrobacias integralmente temos um coro de todas essas faculdades artísticas.


Exercício da banda de atores

O objetivo da aula de hoje era exercitar a abordagem de se tocar um instrumento como um ator. A principal dificuldade observada foi a de que os participantes não musicistas costumam ter uma ideia pré-concebida de como a música deves ser e esta noção os impedia de tocarem o instrumento livremente utilizando suas faculdades sensíveis como a audição e a sensibilidade artística. Assim, para resolver este problema desenvolvi alguns exercícios que deram resultados bastante satisfatórios:

  1. Tocar o que quiser em grupo, mas com a única regra de que qualquer coisa que se toque tem que estar dialogando de alguma forma com o som já existente na sala. Assim estimula-se a consciência auditiva tanto do som produzido pelo outro quanto do som que se produz em relação com o outro. Neste exercício tivemos resultados fenomenais quanto à beleza da produção sonora considerando que 90% dos participantes eram não musicistas.
  2. Tocamos em coro apenas uma nota cada um tentando dialogar com as outras notas tocadas. Em seguida tocamos outra nota com a mesma abordagem. Quando sentirmos que as duas combinações sonoras estão do nosso agrado passamos para a fase final: brincar livremente com essas duas notas se relacionando com as notas dos outros. Assim introduzimos o fator ritmo, pois para brincar com uma limitação tão grande de alturas acentua-se quase que naturalmente os outros parâmetros do som.
  3. Cada um descobriu apenas pelo ouvido quais eram as notas em seus instrumentos que correspondiam à tríade do acorde de Dó Maior. E brincamos livremente com essas três notas seguindo a proposta anterior.
O resultado desse exercício, além de produzir sonoridades interessantes ainda que nem sempre harmônicas (e talvez por isso mesmo é que sejam interessantes), foi uma certa libertação das amarras que impediam os não-musicistas de criarem com um instrumento. Uma das participantes até comenta que após realizar o experimento percebeu com alegria que aquele instrumento poderia sim ser parte da sua criação artística.

Banda com improvisação cênica

Mais uma vez fizemos uma variação do exercício em que uma parte da turma fica no sofá no papel da banda enquanto dois participantes realização uma improvisação livre.

Sonoramente estamos ficando mais sofisticados.

Registros:

Parte 1:

https://youtu.be/ylgKbEsUjms


Parte 2:

https://youtu.be/pKw0H-fRyG0


Parte 3:

https://youtu.be/NR_PI-qTAfA


Parte 4:

https://youtu.be/sdebCuOxqoc


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