Um proposta excêntrica de descrição do processo inspirada por Gilberto Icle

 Ao ler "descrevendo o inapreensível" de Gilberto Icle fiquei movido a pensar formas diferentes de se descrever processos performáticos. 


Storyboard em tabela: Me veio a imagem primeiramente de uma tabela com uma linha temporal e outra de linguagens estéticas. Digamos assim: horizontalmente segue a linha temporal em minutos, segundos, horas, etc... enquanto que verticalmente diversas linguagens estéticas são expressas: um linha para o som, outra para o movimento, outra para tônicas musculares, etc. Isso inclusive poderia se tornar uma base composicional. Por exemplo: eu poderia criar uma coreografia apenas pensando em alturas e combiná-la com o som em alturas ou qualquer outro parâmetro.

Linhas gráficas temporais: Outra opção que está contida na primeira seriam linhas temporais individuais com marcadores gráficos de cada elemento importante seja na performance, no processo ou na apresentação de um espetáculo.

No fundo ambas as propostas são uma forma de unir a arte performática com arte visual, aquilo que o Marcus estava me falando sobre Kandinsky: como existe o tempo em qualquer performance, todos os elementos da performance podem ser descritos segundo uma linha temporal. Para Kandinsky o quadro nada mais é que ponto e linha sobre plano. Assim, como representar cenicamente pontos e linhas? Se pensarmos as linhas como linhas de tempo podemos incluir nelas quaisquer dos parâmetros sonoros ou de movimento. Basicamente é o que se faz numa partitura musical ou então na proposta de Laban, mas estou propondo uma outra visualidade para isto que possa servir para descrição e para criação e que possa revelar alguns elementos a serem trabalhados.

Um desdobramento disso criativamente seria: Analisarmos nossas performances nas linhas temporais e descobrir quais os padrões que se repetem.

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